- Você gosta de amora? Vou contar pro seu pai que você namora!
Quem da nossa geração não ouviu essas duas frases, ditas de tal maneira que parecia estar sendo desvendado nosso segredo mais secreto, por conta disso, acabava por criar um clima entre quem perguntava e quem respondia.
Essa, talvez tenha sido a primeira manifestação de interesse por outra pessoa, ainda na nossa infância, totalmente desprovida de maldade, ainda que enigmática... Como se gostar de amora sugerisse que a menina, ou menino, estivesse vivenciando o primeiro amor.
Mas o tempo passou...
Melhoramos a qualidade de nossas investidas e paqueras, por consequência nossas frases se tornaram mais diretas, não menos respeitosas.
"Quer ser minha dupla no trabalho de História?".
"Estarei na missa de domingo, você vai?".
"Posso acompanhar você até sua casa?".
"Vamos sábado no Pedutti assistir Romeu e Julieta?".
Se houvesse sucesso nessas tentativas, certamente, a relação já estaria preparada para a cartada final:
"Quer namorar comigo?".
Sim, nossa infância e juventude foram assim, totalmente singela e deliciosa.
Cheia de olhares, bilhetes, cartas, questionários de perguntas e respostas... Sem contar aqueles bailinhos de garagem, dançar agarradinhos, conversas ao pé do ouvido - enquanto na sonata The Temptations nos embalava com "My Girl" (confira o vídeo abaixo). Sem esquecer que as "girls" tinham que estar nas suas casas às dez da noite.
Emoções infinitas.
E vocês, gostam de amora?