Acusado de matar e esquartejar menino de 10 anos em Assis irá a júri popular

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O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) decidiu que Luis Fernando Silla de Almeida, de 46 anos, irá a júri popular pelo assassinato brutal do menino Mateus Bernardo Valim de Oliveira, de apenas 10 anos, em Assis (SP). A decisão, publicada na terça-feira (20), foi anexada ao processo que corre em segredo de Justiça.

Luis Fernando é acusado de uma série de crimes: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e meio que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver, estupro de vulnerável e fornecimento de bebida alcoólica a menor de idade. A investigação, conduzida pela Polícia Civil, concluiu que o réu agiu sozinho e cometeu o crime após tentar abusar sexualmente da criança.

Desaparecimento e descoberta do crime
Mateus desapareceu no dia
11 de dezembro de 2023, após sair de casa para andar de bicicleta no bairro Vila Glória. Imagens de câmeras de segurança registraram o menino pedalando sozinho. Cinco dias depois, a polícia obteve novos vídeos que mostravam Mateus acompanhado do suspeito em uma região de mata próxima.

O corpo esquartejado do menino foi encontrado no dia 17 de dezembro, o que levou à prisão de Luis Fernando, seu vizinho. No mesmo dia, ele foi ouvido pela polícia, deu versões contraditórias e acabou confessando o crime após a descoberta do cadáver.

Confissão e detalhes do crime
Durante o depoimento, o acusado confessou ter levado Mateus até uma área de mata sob o pretexto de um piquenique. Lá, tentou abusar do menino, que reagiu. Segundo o delegado Tiago Bergamo, responsável pelo caso, houve uma troca de agressões até que Luis Fernando arremessou uma pedra na cabeça da criança, levando-a à morte.

Depois, o acusado voltou à sua residência para buscar uma serra e esquartejou o corpo de Mateus. Algumas partes do corpo da vítima nunca foram localizadas. O enterro do menino aconteceu em 20 de dezembro, sob forte comoção da população local.

Perfil do acusado
A investigação revelou que Luis Fernando tinha uma relação próxima com Mateus e outras crianças do bairro, muitas vezes ajudando a consertar bicicletas em sua casa. Para a polícia, essa convivência era parte de uma estratégia para ganhar a confiança das famílias, o que foi descrito pelo delegado como um “cavalo de Troia”.

Ainda de acordo com o delegado, o acusado relatou aos investigadores que ouvia vozes e sentia inveja da felicidade das crianças. Ele usava a relação de proximidade como isca para atrair as vítimas.

Após a confissão e a conversão de sua prisão de temporária para preventiva, Luis Fernando segue detido enquanto aguarda julgamento.

Repercussão
O crime provocou forte repercussão e comoção nas redes sociais, com manifestações de luto e pedidos de justiça em Assis. A brutalidade do caso chocou não apenas os moradores da cidade, mas também o público em todo o estado.

O julgamento por júri popular ainda não tem data definida. A defesa do réu não se manifestou publicamente até o momento.