Apontado pela Polícia Federal como o “epicentro da corrupção ativa” em um esquema de descontos ilegais aplicados sobre aposentadorias do INSS, o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, recebeu R$ 53,58 milhões de entidades associativas e intermediárias por meio de suas empresas, conforme revelou investigação divulgada pela Folha de S. Paulo nesta semana.
Segundo relatório da PF, Antunes atuava como lobista de empresas junto ao INSS e usava suas empresas para prestar "serviços de consultoria" a entidades que cobravam mensalidades associativas de aposentados. Os investigadores também apontam que o empresário repassou R$ 9,32 milhões a servidores públicos e empresas ligadas à cúpula do instituto, em um esquema que envolvia corrupção, favorecimentos e possível ocultação de patrimônio.


Antunes foi um dos alvos da Operação Sem Desconto, deflagrada na última quarta-feira (23), que apura a realização de descontos associativos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas. Entre os beneficiários de pagamentos diretos ou indiretos estariam nomes como Virgílio Filho, ex-procurador-geral do INSS, e os ex-diretores André Fidelis e Alexandre Guimarães.
A investigação aponta que, em 2022, a Ambec (Associação de Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos) deu a Antunes uma procuração para intermediar discussões sobre aditivos contratuais com o INSS. A entidade pagou R$ 11 milhões à empresa Prospect Consultoria, de propriedade do empresário. Segundo a PF, ele também realizou transações com ao menos outras cinco entidades ligadas ao esquema.
A defesa de Antunes nega as acusações, afirmando que “as suspeitas não correspondem à realidade dos fatos” e que sua inocência será provada durante o processo.
As suspeitas se estendem também às famílias de ex-dirigentes do INSS. A esposa de Virgílio Filho teria recebido R$ 7,54 milhões em transações feitas por empresas ligadas a Antunes. Além disso, ela teria recebido um Porsche Taycan como parte da movimentação financeira investigada. Já o filho de André Fidelis, advogado, teria recebido R$ 1,46 milhão da Prospect, supostamente como vantagem indevida.
No caso de Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança do INSS, a investigação identificou pagamentos de R$ 313,2 mil e o uso do e-mail corporativo da Prospect no cadastro de sua empresa na Receita Federal.
Outro ponto destacado no relatório da PF é a movimentação suspeita de um imóvel no valor de R$ 353 milhões, que teria sido transferido sucessivamente entre Antunes e sua esposa em menos de seis meses. A PF também apontou que 11 carros de luxo — incluindo o Porsche — passaram pelas mãos do empresário, além de 141 joias ou semijoias e 61 veículos terrestres apreendidos, avaliados em R$ 34,5 milhões. O valor total de bens e dinheiro apreendidos até agora chega a R$ 41 milhões.
O Ministério Público Federal (MPF), que atua no caso, afirmou que surgem “sérios indícios” de que associações continuam promovendo descontos indevidos, gerando enriquecimento ilícito, corrupção e formação de organização criminosa.
Após a operação, Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS, deixou o cargo. Sua defesa declarou que ele "reafirma sua inocência" e que será comprovada a inexistência de envolvimento nos ilícitos investigados.
Segundo relatório da PF, Antunes atuava como lobista de empresas junto ao INSS e usava suas empresas para prestar "serviços de consultoria" a entidades que cobravam mensalidades associativas de aposentados. Os investigadores também apontam que o empresário repassou R$ 9,32 milhões a servidores públicos e empresas ligadas à cúpula do instituto, em um esquema que envolvia corrupção, favorecimentos e possível ocultação de patrimônio.


Antunes foi um dos alvos da Operação Sem Desconto, deflagrada na última quarta-feira (23), que apura a realização de descontos associativos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas. Entre os beneficiários de pagamentos diretos ou indiretos estariam nomes como Virgílio Filho, ex-procurador-geral do INSS, e os ex-diretores André Fidelis e Alexandre Guimarães.
A investigação aponta que, em 2022, a Ambec (Associação de Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos) deu a Antunes uma procuração para intermediar discussões sobre aditivos contratuais com o INSS. A entidade pagou R$ 11 milhões à empresa Prospect Consultoria, de propriedade do empresário. Segundo a PF, ele também realizou transações com ao menos outras cinco entidades ligadas ao esquema.
A defesa de Antunes nega as acusações, afirmando que “as suspeitas não correspondem à realidade dos fatos” e que sua inocência será provada durante o processo.
As suspeitas se estendem também às famílias de ex-dirigentes do INSS. A esposa de Virgílio Filho teria recebido R$ 7,54 milhões em transações feitas por empresas ligadas a Antunes. Além disso, ela teria recebido um Porsche Taycan como parte da movimentação financeira investigada. Já o filho de André Fidelis, advogado, teria recebido R$ 1,46 milhão da Prospect, supostamente como vantagem indevida.
No caso de Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança do INSS, a investigação identificou pagamentos de R$ 313,2 mil e o uso do e-mail corporativo da Prospect no cadastro de sua empresa na Receita Federal.
Outro ponto destacado no relatório da PF é a movimentação suspeita de um imóvel no valor de R$ 353 milhões, que teria sido transferido sucessivamente entre Antunes e sua esposa em menos de seis meses. A PF também apontou que 11 carros de luxo — incluindo o Porsche — passaram pelas mãos do empresário, além de 141 joias ou semijoias e 61 veículos terrestres apreendidos, avaliados em R$ 34,5 milhões. O valor total de bens e dinheiro apreendidos até agora chega a R$ 41 milhões.
O Ministério Público Federal (MPF), que atua no caso, afirmou que surgem “sérios indícios” de que associações continuam promovendo descontos indevidos, gerando enriquecimento ilícito, corrupção e formação de organização criminosa.
Após a operação, Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS, deixou o cargo. Sua defesa declarou que ele "reafirma sua inocência" e que será comprovada a inexistência de envolvimento nos ilícitos investigados.





