Construtora já recebeu mais de R$477 mil pela construção do CRAS V de Ourinhos; prefeito Lucas disse que pretende levar o caso à justiça

Conta que Prefeitura depositou parte dos pagamentos foi bloqueada por envolvimento com suposto agiota preso em Brasília, afirmou representante da empreiteira. "A população não pode pagar o pato por incapacidade financeira de empresa", afirmou o prefeito.
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A representante da empresa J.J. Construções e Serviços LTDA, responsável pela execução das obras de construção do CRAS V, localizado na Avenida José Neves de Oliveira, na Vila Brasil, em Ourinhos (SP), afirmou na tarde desta terça-feira, 27, que a Prefeitura de Ourinhos realizou todos os pagamentos devidos, conforme as medições realizadas, mas Pâmela Karoline Rodrigues Lima destacou que o último pagamento, no valor de R$180 mil acabou sendo feito em uma conta da empresa que está bloqueada pela justiça.

A reportagem do Passando a Régua questionou o motivo do bloqueio desta conta e Pâmela afirmou que a sua empresa fazia empréstimos com um agiota, que acabou preso pela Polícia Federal, acusado de participar dos atos do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF).
 “O Lula e o Alexandre de Moraes bloquearam a conta da gente”, disse Pâmela citando o presidente e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), o principal acusador, dos atos considerados terroristas em Brasília.

A representante da empresa também admitiu que a Polícia Federal verificou um PIX (transferência bancária) da empresa para o agiota. “A gente não tem dinheiro, a gente trabalha com agiotagem. A gente é pobre, é trabalhador. A gente já tentou provar tudo para o Alexandre Moraes, mas não conseguimos (reverter o bloqueio da conta)”, disse Pâmela, ao repórter Gera Laperuta, que esteve no local da obra, que agora está parada. Ela destacou que pediu para a Prefeitura não fazer o pagamento nesta conta bloqueada, porém, mesmo após protocolar o pedido, o depósito aconteceu.

A população não pode pagar o pato por incapacidade financeira de empresa

O prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay (PSD) também lamentou o fato da empresa não ter uma reserva para conseguir arcar com os compromissos com os seus funcionários e fornecedores.
“Já fizemos um boletim de ocorrência e vamos tomar todas as medidas jurídicas e legais e todos vão arcar com isso. O povo não pode pagar o pato pela irresponsabilidade, ou falta de capacidade financeira da empresa. Nos pagamos tudo em dia. Esperamos que a empresa encontre um caminho para resolver esse problema com os funcionários e o bloqueio de sua conta. Não é possível que uma empresa não tenha nenhum capital de giro para responder com suas obrigações”.
Na manhã de hoje (27) a representante chegou a ser encaminhada à CPJ (Central de Polícia Judiciária) após tentar remover materiais de construção do local, incluindo a laje que já havia sido instalada.

A ação foi interrompida pela Guarda Civil Municipal (GCM), que, acionada, evitou a remoção dos materiais. O delegado de polícia esteve no local e, após dialogar com as partes envolvidas, ficou decidido que nenhum material seria retirado arbitrariamente. A empresa foi orientada a buscar uma solução administrativa ou judicial para o impasse.

A empresa, vencedora da licitação, justificou a ação alegando dificuldades financeiras decorrentes de um bloqueio judicial em suas contas. De acordo com informações publicadas no site de transparência da Prefeitura de Ourinhos, a obra do CRAS V foi orçada em R$ 999.873,77, dos quais R$ 477.370,05 já foram pagos à empresa.