Defesa de professor demitido da Unesp alega surto psiquiátrico e promete recorrer à Justiça

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A defesa de Rafael Salatini de Almeida, professor do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas da Unesp de Marília (SP), contestou a demissão por justa causa do docente, oficializada no último dia 12 de novembro. Segundo os advogados, o professor estava em "surto psiquiátrico" no período em que ocorreram as 44 denúncias de assédio.

Em nota, a defesa sustenta que o próprio processo administrativo da universidade contém laudos periciais — emitidos pela equipe técnica da Unesp — que diagnosticaram Salatini com Transtorno Afetivo Bipolar e Síndrome de Asperger (espectro autista). Os advogados argumentam que essas condições prejudicaram o discernimento e a capacidade laboral do docente na época dos fatos.

"A psiquiatria da Unesp atestou que, no período dos fatos ocorridos, o docente estava em surto [...] Diante desta perspectiva, esperava-se que a Unesp acolhesse o parecer técnico e propusesse um Termo de Ajuste de Conduta", declarou a defesa.

Os representantes de Salatini afirmam que buscarão a reversão da demissão nas instâncias judiciais, alegando que a medida foi desproporcional diante do quadro clínico apresentado.

O outro lado A Unesp informou que a demissão foi motivada por "procedimento irregular de natureza grave, ato de improbidade e conduta moralmente questionável". Questionada sobre os laudos citados pela defesa, a universidade afirmou que prontuários são protegidos por sigilo médico.