A prefeitura de Boituva (SP) (254 km de Ourinhos) notificou a empresa que fornece os alimentos para merenda escolar na cidade depois que um vereador encontrou 8 quilos de frango vencido durante uma visita em uma escola municipal nesta quinta-feira, 21.
Conforme o parlamentar, ele foi até a unidade depois que recebeu denúncias sobre a qualidade da merenda fornecida aos alunos. No local, foram encontradas embalagens de frango vencido há quatro dias, separadas dos demais alimentos. As informações são do g1.
Depois do ocorrido, a prefeitura de Boituva emitiu uma nota, informando que notificou a empresa que fornece as merendas pela demora na retirada de produtos. Segundo o município, no último dia 14, a Secretaria de Educação já tinha pedido para trocar uma embalagem de carne de frango que venceria no dia 18.
Ainda conforme a prefeitura, a empresa demorou para retirar o produto, que estava isolado dos demais, e foi notificada para que faça a troca imediata. O município também disse que os alimentos vencidos não foram fornecidos para nenhum aluno.
Por fim, a prefeitura informou que "está sempre atenta e fiscalizando todos os alimentos, inclusive através de seus profissionais de nutrição da Secretaria da Educação nas unidades escolares" e que "outras medidas legais contra a empresa estão sendo tomadas".
Em Ourinhos
O CAE (Conselho de Alimentação Escolar de Ourinhos) deverá anunciar o resultado do laudo da carne de procedência duvidosa, na próxima segunda-feira, 25, em reunião on-line marcada para às 18h. O principal assunto discutido será a matéria publicada pelo Passando a Régua no último dia 8 de outubro, que levou o caso à tona, após ele ficar “escondido” por mais de dois meses.
Suspeita-se de fraude, com a entrega de carne, às escolas municipais, não condizente com a especificação, ou seja, ao invés de “Patinho”, a empresa vencedora da licitação pode ter entregue outro tipo de carne.
A suspeita recai sobre o Pregão Eletrônico nº 27/2021, cujo objeto trata da aquisição de carnes, frios, embutidos e alimentos processados com entrega de forma parcelada. Só com a carne suspeita (Patinho) a Prefeitura pode gastar a quantia de R$2.217.180,73 (Dois milhões, duzentos e dezessete mil, cento e oitenta reais e setenta e três centavos). Como a entrega é parcelada, a Prefeitura de Ourinhos afirma que “já tomou as providências cabíveis em relação ao apontamento de uma possível divergência entre o corte de carnes distribuído às Unidades Escolares do munícipio. O CAE (Conselho de Alimentação Escolar de Ourinhos) realizou uma coleta de amostras das carnes distribuídas pela empresa fornecedora e, encaminhou para análise laboratorial a fim de confirmar a procedência do corte da carne disponibilizada aos alunos.
É importante salientar que a carne distribuída não está imprópria para o consumo não trazendo nenhum tipo de risco à saúde de seus consumidores. Até o momento, a compra da carne citada está suspensa até que seja comprovada a origem do corte da mesma, sendo substituída por carne de frango”, destaca a nota da Prefeitura, porém pacotes da referida carne foi encontrada em uma unidade escolar na semana passada, o que desmente e mostra que a carne continuou a ser consumida, mesmo após a suspeita apontada pelo Conselho.
De acordo com o relatório, assinado pelo Médico Veterinário, Carlos Cesar Bochetti, da Secretaria Municipal de Saúde, que realizou uma inspeção, a pedido do CAE, na Escola Municipal Georgina Amaral, no dia 4 de agosto de 2021, sem abrir as embalagens, verificou-se que as carnes rotuladas como sendo “Patinho”, não se trata da carne indicada, “podendo ser outro tipo de carne, mas seguramente não é a peça PATINHO”, destaca o documento. Ainda segundo o veterinário, “Patinho” é uma carne magra e não tem capa de gordura, como é possível verificar nas carnes inspecionadas.
Ainda segundo o documento, além do veterinário, auditores fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA de Marília, tiveram acesso às imagens e concordaram com a constatação de Carlos Cesar Bochetti, que consultou inclusive o seu professor orientador, da Universidade Federal do Paraná, Dr. Deocy França, que confirmou não ser a peça “Patinho” e ainda verificou a falta de informações de rotulagem.
Diante do exposto, foi aconselhado fazer a coleta de amostras da carne para análise, que seria encaminhada ao Instituto Adolfo Lutz de Marília (SP), assim como acionar o Procon de Ourinhos e a Vigilância Sanitária para realizar a interdição destas carnes.
Estiveram presentes na fiscalização na escola, além do veterinário, a presidente e o vice do CAE, Silmara Carlos e Júlio Cezar Benatto, o secretário Municipal de Educação, Profº Wilson, além de servidores da educação municipal.





