Sobe para 8 número de mortos em Marília, após incêndio em penitenciária

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A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmou nesta segunda-feira (1º) a morte de mais um detento vítima do incêndio que atingiu a Penitenciária de Marília no dia 25 de novembro. A oitava vítima é Augusto da Silva Gonçalves, de 34 anos, que estava internado na Santa Casa de Misericórdia de Marília e morreu na noite de sábado, 29. Ele era um dos cinco detentos que permaneciam hospitalizados. Morador de Canitar também morreu no incêndio.  

Com a confirmação, sobe para oito o número de mortos no incêndio provocado por um preso no setor de inclusão da penitenciária. No total, oito detentos morreram e outros 12 ficaram feridos, entre eles cinco policiais penais.

Como ocorreu o incêndio
O fogo começou por volta das 17h do dia 25 de novembro, quando um detento colocou fogo nos próprios pertences dentro da cela onde estava isolado por “motivos de indisciplina”. A fumaça tóxica se espalhou rapidamente, matando sete presos ainda no local. A SAP não confirmou a identidade do detento que morreu no dia 29 de novembro.

As vítimas identificadas são:
  • Doildo Diego Pires, 35 anos
  • Wallace Ferreira dos Reis, 22 anos
  • Charles Andrey Souto Silva, 44 anos
  • Wender Felipe Maciel, 25 anos
  • Matheus Gregorio da Silva, 22 anos
  • Caio Vinicius Oliveira, 25 anos
  • Thiago Nascimento de Oliveira, 25 anos
  • Augusto da Silva Gonçalves
Agentes penitenciários iniciaram o combate às chamas antes da chegada do Corpo de Bombeiros. Feridos foram levados ao Hospital das Clínicas, Santa Casa de Marília e UPAs Norte e Sul. Dois presos receberam alta no dia 26; cinco continuaram internados. O detento que causou o incêndio segue hospitalizado e sob escolta. O caso foi registrado como homicídio e lesão corporal.

Investigações e posicionamentos
A SAP abriu procedimento interno para apurar o caso e afirma prestar apoio às famílias das vítimas. A Prefeitura de Marília informou ter reforçado o atendimento de emergência e distribuído os feridos entre diferentes unidades de saúde.

O diretor regional do Sindicato dos Policiais Penais, Luciano Carneiro, disse ao g1 que a penitenciária opera acima da capacidade e enfrenta riscos estruturais. Ele destacou que servidores se arriscaram para salvar presos, o que resultou em seis agentes intoxicados.

A perícia esteve na unidade no dia 26, mas ainda não há conclusões sobre a motivação do preso ou eventuais falhas que contribuíram para a propagação do fogo. Funcionários começaram a ser ouvidos pela Polícia Civil no dia 27.
A Defensoria Pública afirmou que acompanha o caso e está à disposição das famílias. O Ministério Público ainda não se manifestou.