Trio acusado de duplo homicídio ligado ao “Tribunal do Crime” irá a júri popular em Ourinhos

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Três homens acusados de participação na execução de dois jovens em um milharal às margens da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Salto Grande (SP), irão a júri popular no próximo dia 7 de agosto, às 9h30, no Fórum de Ourinhos. O crime ocorreu na manhã do dia 21 de julho de 2022 e, segundo as investigações, teria sido motivado por um julgamento interno do “Tribunal do Crime”, ligado ao PCC.

Os réus que irão a julgamento são Luiz C. de P., de 32 anos, Cleiton V. da S., de 34, e Bruno R. A. I. da C., de 33. Eles foram pronunciados por duplo homicídio qualificado, cárcere privado e integração em organização criminosa armada. O caso tramita sob segredo de justiça, e poucos detalhes foram oficialmente divulgados.

As vítimas, João Victor E. G., de 21 anos, e Luiz F. da S., de 31, ambos moradores de Bauru (SP), foram encontradas mortas em uma área rural próxima ao km 397 da SP-270, entre Salto Grande e Ibirarema, a cerca de 19 km de Ourinhos. De acordo
com o inquérito conduzido pelo delegado João Ildes Beffa, da DIG de Ourinhos, os dois foram mantidos em cárcere antes de serem executados de forma cruel, com disparos de arma de fogo, numa ação considerada premeditada e com recursos que dificultaram a defesa das vítimas.

As investigações apontaram que os jovens eram acusados por membros do PCC de envolvimento na morte de um adolescente com deficiência, que teria furtado entorpecentes de um ponto de tráfico. Como retaliação, a facção teria determinado a morte dos dois em um local distante para dificultar a ação policial.

Três dos cinco acusados foram presos em uma grande operação da Polícia Civil no dia
5 de outubro de 2022, em Bauru, com a participação de cerca de 30 policiais. Câmeras de segurança e a identificação de três veículos utilizados no crime foram fundamentais para o avanço das investigações.

Segundo a decisão judicial, os réus atuaram em conjunto com outros dois acusadosSamuel W. S. de O., de 25 anos, e Adriano L. R., de 61 — e outras pessoas ainda não identificadas, formando um grupo coeso com unidade de propósitos dentro da organização criminosa.

O julgamento do trio em agosto marca uma etapa importante na responsabilização dos envolvidos em um dos crimes mais brutais dos últimos anos na região de Ourinhos.