E a novela do funcionamento do PTP (Poço Tubular Profundo), que poderá dar um alento para a constante falta d’água, que atinge os moradores dos bairros; Jardim Itamaraty, Parque Pacheco Chaves Núcleo Habitacional Choso Misato, Condomínio Moradas e adjacências, só deverá ter um final às vésperas das eleições municipais. O pleito acontece no dia 15 de novembro, e o poço só deverá ser entregue em outubro, em plena campanha eleitoral. Será coincidência, azar da população, ou incompetência dos responsáveis.
A informação foi dada em resposta a um requerimento feito pelo vereador Edvaldo Lúcio Abel o “Vadinho” (PSDB), que pediu informações do cronograma de entrega do poço. Datada do dia 13 de agosto, na resposta o diretor de operações, Ronaldo de Oliveira Sampaio informou que estavam sendo adquiridas as tubulações e bombas e previsão era de 50 dias para colocar em operação. Se isso ocorreu, quer dizer que até o início de outubro o poço vai funcionar.
Documento enviado em resposta a requerimento de vereador na Câmara (Foto: Reprodução)
O contrato, no valor de R$2.255.000,00 (Dois milhões, duzentos e cinquenta e cinco mil reais), com a empresa que venceu a licitação, a Mandaguaí Poços Artesianos S.A., da cidade de Garça (110 km de Ourinhos), foi assinado com a SAE (Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos) no dia 2 de agosto de 2019, quando teve inicio a obra.
No inicio de setembro de 2019, quando a população da região do Itamaraty sofria intensamente com falta d’água, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Ourinhos divulgou que a região receberia a melhoria em dezembro daquele ano, fato que inclusive foi noticiado pelo Passando a Régua no dia 9 de setembro (clique aqui e relembre). Inclusive já foi feito um "Aditamento de Contrato", prorrogando até o mês de março 2020 a obra, mas até agora nada.
“O PTP (Poço Tubular Profundo) vai captar água do Aquífero Guarani, terá 600 metros de profundidade e vazão de 130.000 litros por hora. Cerca de 50 metros já foram perfurados. Assim que o lençol freático for encontrado será iniciada a segunda etapa da obra, que consiste na instalação da parte elétrica, das bombas e tubulações. A SAE estima que o novo poço comece a operar até dezembro”, dizia a nota.
Visão aérea do local, onde acontece a perfuração dentro do Condomínio "Moradas" (Foto: Divulgação)
Porém, não deu nem tempo de chegar em dezembro e no dia 4 de novembro de 2019, a crise hídrica derrubou o então superintendente da SAE, o engenheiro Marcelo Simoni e para o seu lugar foi colocado Inácio J.B. Filho, que assumiu no mesmo dia em que a população havia marcado um grande manifesto em revolta pela falta d’água em Ourinhos (clique e relembre).
Passeata marcada na época (Foto: Divulgação)
Ao assumir a superintendência, Inácio participou de uma audiência pública na Câmara Municipal de Ourinhos, onde falou como pretendia resolver o problema da crise hídrica no município (clique aqui e relembre). Na ocasião ele apresentou medidas que seriam tomadas de forma emergencial, ainda em 2019, para sanar alguns problemas no abastecimento. Sendo que até o dia de hoje (11), ao apagar das luzes de 2020, nada foi concretizado, nem sequer o poço do Itamaraty, que era para estar funcionando desde dezembro de 2019:
Medidas que seriam tomadas segundo Inácio de forma emergencial
- Perfuração do poço no Residencial Moradas, na região do Itamaraty (Obra deve ficar pronta em outubro)
Custo estimado de R$2 milhão e 255 mil
Realização: Era para estar pronto, porém a máquina quebrou a 212 metros de profundidade. Foi necessário refazer o procedimento e agora já perfurou 88 metros, com estimativa de chegar aos 300 metros.
- Troca da areia e manutenção de quatro filtros da ETA (Pregão já realizado)
Custo estimado de R$1 milhão e 200 mil
Realização em 120 dias
- Perfuração de poço na região da Vila Margarida (Ainda sem licitação) (não deve acontecer)
Custo estimado de R$ 2 milhões podendo chegar até R$4 milhões
Realização em até 120 dias
- Perfuração de poço na região do Parque Minas Gerais (Ainda sem licitação) (não deve acontecer)
Custo estimado de R$ 2 milhões podendo chegar até R$4 milhões
Realização em até 120 dias
- Construção de Microestação de Tratamento (edital lançado)
Custo estimado R$ 9.469.658,03
(Deve ficar pronta em meados de 2021)
Entrou 2020 e o Ministério Público apresentou um estudo, que destacou, que o principal problema que precisa ser resolvido não é na captação de água e sim, na eliminação dos vazamentos e perdas, que geram um prejuízo estimado de 60% da água captada e tratada, que acaba desperdiçada e não chega às torneiras dos munícipes. O Ministério Público deu de mão beijada este estudo para SAE, que até o momento não conseguiu colocar nada em prática.
Recentemente foi lançado o edital de licitação para a compra e instalação no Rio Pardo, da nova ETA (Estação de Tratamento de Água) “Compacta”, para aumentar a capacidade de vasão e tratamento de água na cidade. A obra está orçada em R$ 9.469.658,03 (clique e relembre). Mas ela só deverá ser entregue em meados de 2021.
Resumindo, passados quase quatro anos da atua gestão, os preços das tarifas de água e esgoto tiveram aumentos absurdos, entretanto o serviço não teve nenhuma melhora. Sem falar da concessão do serviço de esgoto, que está em andamento, que é o começo do fim da SAE.