Servidores deixam cargos comissionados após abertura de sindicância sobre caso que resultou em estupro em estádio de Santa Cruz do Rio Pardo

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A Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo vive uma onda de pressão após a exoneração de dois servidores comissionados envolvidos na sindicância que apura responsabilidades no caso em que dois funcionários de uma empresa terceirizada receberam autorização para pernoitar no Estádio Municipal Leônidas Camarinha — local onde uma mulher de 46 anos denunciou ter sido estuprada, no início de novembro.

Foram exonerados Hugo Leonardo Soares, então diretor de Gabinete, e Marcos Willian Zanette, secretário municipal de Esportes e Lazer. Hugo deixou o cargo na sexta-feira (28), retornando à Codesan como operador de máquinas. Já Zanette apresentou pedido de exoneração nesta segunda-feira (1º) e permanecerá no comando da pasta até 15 de dezembro, quando volta ao cargo efetivo de técnico desportivo.


Marcos Willian Zanette

Ambos são investigados pela sindicância aberta pela Prefeitura para apurar quem autorizou que os dois prestadores de serviço — que trabalhavam na instalação de aparelhos de ar-condicionado para a Secretaria de Turismo — dormissem no estádio nas noites anteriores ao crime. A permanência dos trabalhadores no local é considerada peça-chave na reconstrução dos fatos. Segundo Zanette, a liberação não partiu dele, e as chaves teriam sido entregues “a pedido insistente de um diretor do alto escalão”.

A Administração Municipal afirmou, em nota, que as exonerações partiram dos próprios servidores “como forma de assegurar total transparência e contribuir para o bom andamento do processo administrativo”. A sindicância continua e os dois serão ouvidos formalmente a partir de 16 de dezembro.

O caso de estupro
A vítima, uma comerciária de 46 anos, procurou a Polícia Civil no dia 6 de novembro para denunciar que havia sido estuprada dentro do vestiário do estádio. Ela relatou ter conhecido os dois prestadores de serviço em um bar na noite anterior e concordado em manter relação sexual apenas com um deles. O segundo homem teria participado do ato sem consentimento, configurando o crime.

Os suspeitos — casados e moradores de Santo Antônio da Platina (PR) — foram presos no dia seguinte, enquanto trabalhavam na Secretaria de Turismo, mas
liberados após audiência de custódia realizada em Ourinhos na sexta-feira (7). Eles responderão ao processo em liberdade.

A Polícia Civil segue investigando o caso, enquanto a Prefeitura tenta conter a crise interna e identificar quem autorizou o uso irregular das dependências públicas que permitiu o desenrolar dos fatos.